sexta-feira, agosto 25, 2006
Everly Brothers & Neil Diamond-Duet Medley
Melinda was mine til the time that I found her...
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segunda-feira, agosto 21, 2006
Bomba, bomba: Günter Grass foi nazista militante
Depois de uma Flip encharcada de política, o Todoprosa gostaria muito de mudar a chave da conversa, mas brigar com notícia não dá. Os meios literários alemães estão em tumulto desde que Günter Grass, Nobel de Literatura de 1999, revelou ao jornal “Frankfurter Allgemeine” que foi nazista e chegou a pertencer às tropas da SS em 1945, no final da Segunda Guerra, quando tinha 17 anos.
Grass, autor de “O tambor”, é – ou era? – um dos principais nomes do movimento artístico que ficou conhecido como Vergangenheitsbewaeltigung (algo como “acertando as contas com o passado”). Seu papel de consciência moral de uma geração, desempenhado ao longo de décadas, torna a revelação de agora mais chocante.
Joachim Fest, biógrafo de Hitler, é uma das vozes que criticam mais duramente o escritor. “Não entendo como alguém pode se colocar numa posição de superioridade por 60 anos e só então admitir que também esteve envolvido. Para usar um dito popular, eu não compraria um carro usado dessa pessoa.”
O livro de memórias em que Grass fala de sua adolescência durante a Segunda Guerra, “Descascando a cebola”, sai em setembro. Para justificar o longo silêncio, o escritor disse que sentia vergonha do passado. Se resolveu falar agora, afirmou, é porque o segredo “estava pesando”
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Depois de uma Flip encharcada de política, o Todoprosa gostaria muito de mudar a chave da conversa, mas brigar com notícia não dá. Os meios literários alemães estão em tumulto desde que Günter Grass, Nobel de Literatura de 1999, revelou ao jornal “Frankfurter Allgemeine” que foi nazista e chegou a pertencer às tropas da SS em 1945, no final da Segunda Guerra, quando tinha 17 anos.
Grass, autor de “O tambor”, é – ou era? – um dos principais nomes do movimento artístico que ficou conhecido como Vergangenheitsbewaeltigung (algo como “acertando as contas com o passado”). Seu papel de consciência moral de uma geração, desempenhado ao longo de décadas, torna a revelação de agora mais chocante.
Joachim Fest, biógrafo de Hitler, é uma das vozes que criticam mais duramente o escritor. “Não entendo como alguém pode se colocar numa posição de superioridade por 60 anos e só então admitir que também esteve envolvido. Para usar um dito popular, eu não compraria um carro usado dessa pessoa.”
O livro de memórias em que Grass fala de sua adolescência durante a Segunda Guerra, “Descascando a cebola”, sai em setembro. Para justificar o longo silêncio, o escritor disse que sentia vergonha do passado. Se resolveu falar agora, afirmou, é porque o segredo “estava pesando”
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domingo, agosto 20, 2006
nunca senti tanto a perda de dois reais investidos no jornal a gazeta quanto ontem. eu exercitava minha leitura dinâmica quando esbarrei em uma tal coluna b, publicada no caderno dois. passei os olhos mais rápido que de costume e fiquei estupefado com o espaço que deram a algum indie gordinho e fã do los hermanos. não havia nada melhor para ocupar a última página? minha primeira reação foi rasgar o jornal, mas fui imediatamente repreendido pelo meu papagaio percival, desesperado ao ver o futuro forro da sua gaiola na iminência de ser destruído. ok percival, você venceu. mas saiba que irá para a panela se começar a citar nomes de bandinhas que ninguém conhece.
como meu papel não é só destruir, proponho três alternativas para a página 10 do caderno dois de a gazeta aos sábados:
alternativa G: deixar a página em branco, para que o leitor faça seu próprio quadro abstrato. o jornal poderia distribuir tintas e pincéis durante a semana, por meio de promoções do tipo "junte os selos e troque na banca mais próxima".
alternativa X: contratar um chimpanzé para encher a página de poesias concretas. ou melhor, poderiam contratá-lo como editor de cultura. e de economia, cidades, polícia, esporte... tudo isso por bananas e charutos.
alternativa U: reproduzir ali conteúdo da editoria de esportes. seria a garantia de que alguém leria a página, sem contar que levaria para o caderno dois de a gazeta leitores que só o manuseiam para ver as beldades da coluna zig-zag.
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como meu papel não é só destruir, proponho três alternativas para a página 10 do caderno dois de a gazeta aos sábados:
alternativa G: deixar a página em branco, para que o leitor faça seu próprio quadro abstrato. o jornal poderia distribuir tintas e pincéis durante a semana, por meio de promoções do tipo "junte os selos e troque na banca mais próxima".
alternativa X: contratar um chimpanzé para encher a página de poesias concretas. ou melhor, poderiam contratá-lo como editor de cultura. e de economia, cidades, polícia, esporte... tudo isso por bananas e charutos.
alternativa U: reproduzir ali conteúdo da editoria de esportes. seria a garantia de que alguém leria a página, sem contar que levaria para o caderno dois de a gazeta leitores que só o manuseiam para ver as beldades da coluna zig-zag.
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quinta-feira, agosto 17, 2006
não sei por que lembrei de uma certa história hoje de manhã. talvez a lembrança veio de alguma música do meu chino-MP3 ou de alguma coisa que vi, sei lá. sabe, eu tenho a capacidade de viajar de um canto a outro no espaço-tempo em questão de segundos. uma frase em um livro pode me levar a um filme, que me conduz a uma aula chata na faculdade, de onde sou arremessado para o ano de 1989, ou 98, ano da história que vou contar.
na época eu sonhava em ser rock star. tinha um contrabaixo, um golden bem bonito. eu tinha também um colega com razoável trânsito na cena (under)underground. um dia esse cara, que vou chamar de M, ligou pra mim dizendo que dois amigos dele queriam um baixista e um baterista para formar uma banda. as influências: sonic youth, cure, smiths.... achei legal. marquei de encontrá-los em um sábado, na casa de M.
dia marcado fui lá. os caras, que vou chamar de C e R, iriam telefonar assim que desembarcassem do ônibus. não precisei esperar muito. fomos buscá-los. dissimuladamente, consegui conter o riso ao ser apresentado aos dois. C e R pareciam um dupla sertaneja em início de carreira. ou dois evangélicos neo-pentecostais. bem afinados em relação ao figurino, vestiam camisas de abotoar e calças compridas. um, não lembro qual, usava calça social. nos pés, sapato social e chinelo. R segurava uma sacola e C um violão velho e verde, que me lembrou do Som Brasil nas manhãs de domingo. o que M foi me arranjar?, pensei.
quem nunca ouviu dizer que as aparências enganam?
pois fui enganado. da sacola dos caras saíram daydream nation do sonic youth, velvet underground (da banana), mudhoney, dois do pixies (bossa nova era um deles), joy division. aquilo, em 98, sem a farra de MP3 de hoje, me fez babar. depois foi a vez de mostrarem as composições. não é que eram boas? aceitei o convite.
uns seis meses depois C me chamou pra fazer um ensaio. tarde demais. eu estava centrado em outras coisas, desanimado com as dificuldades de sempre - falta de equipamento, de baterista, de lugar para ensaiar - e recusei, depois de uma conversa regada a patti smith e neil young. o indie pentecopos ficou triste.
nunca mais o vi depois daquele dia. alguns meses mais tarde, descobri que ele virara crente.
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na época eu sonhava em ser rock star. tinha um contrabaixo, um golden bem bonito. eu tinha também um colega com razoável trânsito na cena (under)underground. um dia esse cara, que vou chamar de M, ligou pra mim dizendo que dois amigos dele queriam um baixista e um baterista para formar uma banda. as influências: sonic youth, cure, smiths.... achei legal. marquei de encontrá-los em um sábado, na casa de M.
dia marcado fui lá. os caras, que vou chamar de C e R, iriam telefonar assim que desembarcassem do ônibus. não precisei esperar muito. fomos buscá-los. dissimuladamente, consegui conter o riso ao ser apresentado aos dois. C e R pareciam um dupla sertaneja em início de carreira. ou dois evangélicos neo-pentecostais. bem afinados em relação ao figurino, vestiam camisas de abotoar e calças compridas. um, não lembro qual, usava calça social. nos pés, sapato social e chinelo. R segurava uma sacola e C um violão velho e verde, que me lembrou do Som Brasil nas manhãs de domingo. o que M foi me arranjar?, pensei.
quem nunca ouviu dizer que as aparências enganam?
pois fui enganado. da sacola dos caras saíram daydream nation do sonic youth, velvet underground (da banana), mudhoney, dois do pixies (bossa nova era um deles), joy division. aquilo, em 98, sem a farra de MP3 de hoje, me fez babar. depois foi a vez de mostrarem as composições. não é que eram boas? aceitei o convite.
uns seis meses depois C me chamou pra fazer um ensaio. tarde demais. eu estava centrado em outras coisas, desanimado com as dificuldades de sempre - falta de equipamento, de baterista, de lugar para ensaiar - e recusei, depois de uma conversa regada a patti smith e neil young. o indie pentecopos ficou triste.
nunca mais o vi depois daquele dia. alguns meses mais tarde, descobri que ele virara crente.
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