sexta-feira, junho 30, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
está para existir alguém que goste de voltar do trabalho a bordo de um ônibus cheio e com o
trânsito engarrafado do lado de fora. por sorte existem pessoas que deixam a viagem um
pouco menos dura com suas histórias narradas a plenos pulmões. hoje uma jovem senhora,
sentada ao meu lado, conversava animadamente com a amiga acomodada na cadeira de trás. o
assunto, como não poderia deixar de ser, era o relacionamento de uma delas com o antigo
namorado. fluia um papo banal, até que um trecho da conversa soou como cócegas na minha
barriga:
"ele foi lá em casa com uma lente de contato azul. então eu perguntei a ele que coisa
ridícula era aquilo, e ele começou a chorar, dizendo que tinha colocado a lente para me
reconquistar. (...) então um dia eu fui ao floricultura, aquele pagode em camburi. ele saiu
pela cidade inteira me procurando. foi em cariacica, no XXX (não consegui identificar o
estabecimento), rodou tudinho me procurando. aí uma hora ele ligou pra mim, mas o celular
estava com um amigo. meu amigo atendeu e disse que era meu namorado. aí ele (o ex, leitora
fiel), foi lá no floricultura, pagou e tudo para entrar e veio me puxando pelo braço. os
seguranças viram e separaram, ele ainda quis brigar com trÊs seguranças. ele não tinha
cheiro de cachaça nem nada. tava nervoso, assustado, acho que estava cheirado. depois que
ele se acalmou, pediu desculpas, mas eu disse que só iria desculpá-lo (ela não usou o
pronome assim, leitora assustada) se ele se ajoelhasse na frente de todo mundo e beijasse
meu pé. ele se ajoelhou e beijou."
imagina a manceba contando isso em dentro do 121, às 18h na reta da penha?
outro causo foi a bordo do 211. é até meio triste. uma rapariga, até bonita, conversava com
o amigo sobre, adivinha, a bolsa?, os conflitos na terra santa?, a copa do mundo? claro que
não. sobre homem, relacionamento, namoro... o papo corria tranquilo, em um tom de voz
discreto mas elevado o suficiente para que eu, sentado na cadeira da frente, soubesse que a
moça é mãe solteira, trabalha e cursa (ou planeja cursar) faculdade. o trecho a seguir
começou cômico para torna-se um drama daqueles. só faltou "forrest gump suite" de bg:
"o pai do fernando ficou mais de três meses sem vê-lo (pronome meu). um dia ele foi lá, e
minha mãe perguntou por ele tava sumido. ele teve a cara de pau de dizer que tava
trabalhando muito. vê, só, foi lá todo bronzeado e nem verão era. eu quero muito encontrar
alguém, mas é tão difícil. tem que ser alguém que goste do fernando, e eu tenho medo da
ficar com um cara, e o fernando se apegar a ele, e depois a gente terminar. tem que ser a
pessoa certa, que goste do fernando como se fosse o filho dele. (eu, quase rindo, pensei:
assumir cria dos outros? nunca!). por mais que eu cuide, que minha mãe ajude, eu sei
que o fernando sente falta de um pai. toda criança precisa de uma figura paterna. comigo
foi assim. eu lembro até hoje que da minha alegria quando o marido da minha mãe foi me
buscar na creche e eu chamei ele de papai. eu só me casaria com alguém que fosse como o
marido da minha mãe, que gosta de mim como se eu fosse filha dele (neste momento, a voz
da moça estava alterada, ligeiramente trêmula)."
se eu tivesse um lenço comigo, ofereceria à moça, depois de enxugar as minhas lágrimas.
vou sentir saudade disso tudo quando tiver meu carro.
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sexta-feira, junho 23, 2006
I believe in you
(neil young)
Now that you found yourself losing your mind
Are you here again?
Finding that what you once thought was real
Is gone, and changing?
Now that you made yourself love me
Do you think I can change it in a day?
How can I place you above me?
Am I lying to you when I say
That I believe in you
I believe in you.
Coming to you at night I see my questions
I feel my doubts
Wishing that maybe in a year or two
We could laugh and let it all out
Now that you made yourself love me
Do you think I can change it in a day?
How can I place you above me?
Am I lying to you when I say
That I believe in you
I believe in you.
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terça-feira, junho 13, 2006
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