terça-feira, agosto 09, 2005
da série sou brega mas sou feliz

É fácil torcer o nariz pro Wando. Chamá-lo de brega, então, soa redundante como chamar Stalin de cruel ou Maluf de corrupto. O que pouca gente lembra, ou melhor, sabe, é que o mineiro beiçudo compôs mais de 500 músicas, em vez de escolher o caminho das flores dos compositores de aluguel. Ignoram, também, que Wando foi um dos pioneiros do samba-rock, estilo que recentemente voltou às pistas moderninhas. É leitor amigo, você já deve ter se requebrado ao som do Wando sem ao menos desconfiar, já que Pedro Luís e A Parede regravou “Nega de Obaluiaê”, primeiro sucesso do cantor. E sem fazer qualquer alteração na melodia. Outra coisa que ninguém conhece é o lado politizado do cantor. Não, ele não doa as calcinhas que as fãs jogam no palco para as feministas queimarem em protestos, mas participou do primeiro showmício pró-diretas, em Curitiba. Se fosse uma revista, o autor de “Moça” seria a Private, enquanto Chico Buarque encarnaria um exemplar da “Marie Claire”. Só que o compositor dos motéis, dos pêssegos e das calcinhas perfumadas soube ser cavalheiro. Creditou e dedicou “Fogo e Paixão“ à mulher amada, que recebe o dindim pelos direitos da música. Alguém aí poderia responder se Chico fez igual?
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É fácil torcer o nariz pro Wando. Chamá-lo de brega, então, soa redundante como chamar Stalin de cruel ou Maluf de corrupto. O que pouca gente lembra, ou melhor, sabe, é que o mineiro beiçudo compôs mais de 500 músicas, em vez de escolher o caminho das flores dos compositores de aluguel. Ignoram, também, que Wando foi um dos pioneiros do samba-rock, estilo que recentemente voltou às pistas moderninhas. É leitor amigo, você já deve ter se requebrado ao som do Wando sem ao menos desconfiar, já que Pedro Luís e A Parede regravou “Nega de Obaluiaê”, primeiro sucesso do cantor. E sem fazer qualquer alteração na melodia. Outra coisa que ninguém conhece é o lado politizado do cantor. Não, ele não doa as calcinhas que as fãs jogam no palco para as feministas queimarem em protestos, mas participou do primeiro showmício pró-diretas, em Curitiba. Se fosse uma revista, o autor de “Moça” seria a Private, enquanto Chico Buarque encarnaria um exemplar da “Marie Claire”. Só que o compositor dos motéis, dos pêssegos e das calcinhas perfumadas soube ser cavalheiro. Creditou e dedicou “Fogo e Paixão“ à mulher amada, que recebe o dindim pelos direitos da música. Alguém aí poderia responder se Chico fez igual?
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