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segunda-feira, julho 25, 2005

às armas, cidadãos!

O DESARMAMENTO RESOLVERÁ 2% DA VIOLÊNCIA
... (TALVEZ)


__Cândido Prunes*

O Ministério da Saúde recém divulgou dados muito importantes sobre a violência no Brasil na última década. Eis alguns deles:

Entre 1991 e 2000 aconteceram 265.642 mortes por arma de fogo no Brasil. Para dar a dimensão desse número, basta dizer que na Guerra do Paraguai (1865 – 1870) pereceram do lado brasileiro aproximadamente 50 mil soldados. Ou seja, em uma década morreram 5 vezes mais pessoas do que durante todo o conflito armado mais importante no qual o País se envolveu no século XIX.

Aproximadamente 2% dessas mortes resultaram de acidentes com armas de fogo (5.423 pessoas)

Quase 5% dos mortos por armas de fogo resultaram de suicídios (12.895 casos)

Aproximadamente 82,2% dessas mortes resultaram de homicídios (218.421 casos)

Esses dados permitem algumas conclusões:

Como se sabe, há muitos anos que os delinqüentes mais violentos utilizam armas de uso privativo das Forças Armadas, o que sempre foi proibido. Nos últimos meses, o que se viu nas filas da Polícia Federal foram idosos de classe média entregando armas velhas por temor que fossem usadas contra si. Se a estatística da década pesquisada se repetir, o desarmamento praticamente não terá efeito sobre 82,2% dos casos.

Suicidas também não devem entregar armas. Ou então encontram outras formas de tirar a própria vida. Se Getúlio Vargas não tivesse uma arma, provavelmente teria saltado de uma janela do Catete. Assim, a política de desarmamento também não reduzirá significativamente a taxa de suicídio nos próximos dez anos.

Restam, portanto, 2% de acidentes fatais com armas de fogo que poderão ser reduzidos. Sabe-se que os bandidos continuarão usando armas, podendo ocasionar acidentes. Quem tem porte de arma também pode se envolver em acidentes com elas. Assim é lícito concluir que o impacto do desarmamento sobre essa estatística será muito limitado.

Por outro lado, os bandidos, diante de uma população desarmada, se verão ainda mais ousados em suas ações. Mas a análise sobre o impacto negativo da política de desarmamento já é outro assunto. Por enquanto, fica a reflexão sobre os números do Ministério da Saúde.

19.11.2004

* Vice-Presidente do Instituto Liberal

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