microondas

troquei de santo padroeiro. demorei um pouco para encontrar um com o qual eu me identificasse, mas hoje a fumacinha branca saiu da janela do meu quarto e uma legião de católicos aplaudiram a escolha. the oscar goes to: são miguel arcanjo.


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enquanto isso, no messenger:

lúcio pedreiro diz:
viu minha nova foto?
Marcelo Z diz:
vi
Marcelo Z diz:
juca
Marcelo Z diz:
de oliveira, né
Marcelo Z diz:
dr albieri jovem
lúcio pedreiro diz:
é
lúcio pedreiro diz:
albieri é foda
lúcio pedreiro diz:
ele está na minissérie mad maria, só que como engenheiro
Marcelo Z diz:
clonagem na decada de 70 que eh foda
lúcio pedreiro diz:
antes de biólogo ele foi engenheiro
Marcelo Z diz:
sério?
Marcelo Z diz:
ele é biologo?
Marcelo Z diz:
ah, porra
lúcio pedreiro diz:
porra, na minissérie ele é engenheiro
Marcelo Z diz:
nao é o ator
lúcio pedreiro diz:
o albieri, não o juca
Marcelo Z diz:
o juca se formou em engenharia?
lúcio pedreiro diz:
não sei, estou falando do dr.albieri
lúcio pedreiro diz:
a foto é o albieri, não o juca
Marcelo Z diz:
olha: quase tudo sobre o julgamento de jesus foi ilegal
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estou virando um zumbi, ou uma árvore, ou um cara encaixotado. só recebo spans na caixa de e-mail. até mesmo as piadas e mensagens "edificantes" deixaram de chegar.
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acho que vou deixar meu cabelo crescer.
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estive a imaginar o que seria do mundo se os humanos tivessem cauda. é sério, ando intrigado com as mudanças que o apêndice provocaria em questões como etiqueta, sexo, estética e até esportes. na nossa cultura certamente seria de mal gosto abanar a cauda em ocasiões formais ou usá-la para apanhar coisas. a moda abasteceria as caudas femininas com cosméticos e acessórios de beleza e os fabricantes de automóveis ofereceriam carros com bancos vazados. academias de musculação teriam outros aparelhos além dos que existem hoje, os juízes de futebol teriam mais trabalho na arbitragem e no jiu-jitsu veríamos outras técnicas de imobilização. nos ônibus ouviríamos: "ui, tira o pé do meu rabo" e a manchete do jornal nacional daria o boa nova: "passa bem o paciente que teve a calda reimplantada". a internet seria o refúgio dos tarados por cauda, os caudólotras, e as relações sexuais entre mulheres dispensariam acessórios de borracha. se as caudas fossem peludas como as dos cavalos, o tempo que as raparigas levam para se arrumar antes de se requebrar na boate aumentaria, porque ia ser um tal de fazer escova na crina. outra possibilidade interessante seria um rabo com a ponta triangular, como o dos dragões dos contos de fadas. neste caso teríamos uma imagem diferente do capeta. não, não pensei nela. aí seria muita falta do que fazer.
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da série "o pior do brasil é o brasileiro".



Eurico Miranda

Rio de Janeiro, estádio de São Januário, 2000. O Vasco da Gama enfrenta a representação do São Caetano pela segunda partida da final da Copa João Havelange. Aos 23 minutos do primeiro tempo a grade da arquibancada desaba e deixa mais de 200 torcedores feridos, alguns dos quais com gravidade. O Brasil inteiro, via Rede Globo, acompanha a agonia dos torcedores espalhados no gramado à espera do socorro médico. Vê também um homem gordo e suado, vestido com roupas formais mas amarrotadas andar de um lado ao outro no campo, falando e gesticulando bastante, empenhado na tentativa de retirar os feridos do campo para que o jogo possa recomeçar. O homem se chama Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, na época vice-presidente de futebol do Vasco da Gama.

A carreira do cartola começou com o cargo de assessor da presidência do clube em 1980. Disputou a presidência em 82, mas foi derrotado. Em 86 tenta novamente e não consegue ser eleito, mas desta vez conquista a vice-presidência de futebol, posto que ocupa até 2000, ano que em se elege presidente do clube. Foi reeleito em 2002.

Durante esses 25 anos de vida pública Eurico colecionou o formidável plantel de maracutaias que o tornaram o cartola mais odiado do Brasil. Agindo supostamente em benefício do Vasco, constam no seu currículo denúncias de evasão de divisas, apropriação indébita de recursos do clube, agressões a jornalistas, sem contar o hábito de lançar as liminares que sempre atrapalhavam o andamento dos campeonatos.

Mas o ato mais horrendo do cartola foi expulsar o adversário político e ídolo do futebol Roberto Dinamite das tribunas de honra do clube. As mesmas dependências de onde Eurico costuma assistir aos jogos fumando charutos cubanos, que admira só porque são os mais caros disponíveis no mercado.


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