microondas

a rede globo acaba de lançar a primeira novela brasileira com uma protagonista negra. a emissora orgulha-se do fato e não deixa de divulga-lo na campanha promocional do seu produto, com um fuzuê que cairia bem na áustria, mas por aqui soa como piada preconceituosa. o mal da história não é a postura da rede globo. qualquer ser pensante espera o pior daquela emissora. o que me incomoda é não ver nenhum artigo, matéria ou notinha criticando o padrão global de racismo velado, a colaboração da mídia brasileira com a perpetuação do preconceito de cor no brasil. pelo que sei, a personagem da taís araújo é uma moça pobre, que gosta de se requebrar ao som de um ritmo popular e vai fornicar com um cara branco e rico. quer estereótipo maior que esse? a negra gostosa e rebolativa que mexe com os hormônios do homem branco. por que o autor da novela não colocou a taís no papel de uma moça rica, filha e neta de ricos? e ainda dizem que os americanos é que são racistas. um dia, na casa de uma amigo, vi num canal alemão um cara negro, com nome e sobrenome germânico (o cargo era analista de alguma coisa), falando sobre mercado financeiro. em uma revista, que não lembro qual era, descobri que na mtv alemã há (ou já houve) dois vjs negros. e por aqui? faz tempo que eu não vejo mtv, mas na época em que eu assistia havia o taíde e o primo preto, se bem que os dois não devem ter trabalhado na mesma época. mesmo assim apresentavam programas de black music. o chavão se repete.
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