sábado, janeiro 10, 2004
ao ler um trecho do livro "chega de saudade", de ruy castro, descobri uma semelhança entre mim e francis albert sinatra: ele também era magrelo. Aquelas poucas linhas, perdidas entre histórias e mais histórias de bossa nova, me deixaram, afirmo sem qualquer recato, feliz da vida. eu e sinatra temos algo em comum, gritei internamente.
o regozijo passou logo. cheguei até a me esquecer desse detalhe que nos unia. mas a necessidade de escrever algumas linhas a respeito do cantor fez com que eu procurasse outros traços em comum. tarefa árdua, culpa de um maldito bloqueio criativo.
imagina só, eu me comparar com o cara que levou pra cama, entre outras mocinhas, grace kelly, kim novak, laureen bacall, sophia loren, marilyn monroe. nem em sonho.
nem no mais compassivo dos sonhos eu entraria naqueles ternos de grife, beberia jack daniels livre de deslumbramentos e lideraria o rat pack, confraria boêmia composta por figurões como sammy davis jr e dean martin.
melhor deixar de lado essa tentativa inútil de estabelecer analogias e voltar ao meu cotidiano ordinário, sem estrelas de hollywood nuas e sonolentas ao meu lado. sem ter uma voz de beleza quase unânime e amigos mafiosos prontos para as horas difíceis. só com algumas canções de sinatra para deixar a vida um pouco mais agradável: "saturday night (is the loneliest night in the week)", "five minutes more", "I've got you under my skin", "my way", "night and day", "deep in a dream". esta última, aliás, de "in de wee small hours", álbum de um só tema: dor de cotovelo.
é, apesar da coleção de musas, o carcamano já afundou na fossa. eu não coleciono atrizes mas também sofro de amor, concluo precipitado. depois caio na real e lembro, com um misto de desgosto e resignação, que sinatra cantou a perda de ninguém menos que ava gardner.
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o regozijo passou logo. cheguei até a me esquecer desse detalhe que nos unia. mas a necessidade de escrever algumas linhas a respeito do cantor fez com que eu procurasse outros traços em comum. tarefa árdua, culpa de um maldito bloqueio criativo.
imagina só, eu me comparar com o cara que levou pra cama, entre outras mocinhas, grace kelly, kim novak, laureen bacall, sophia loren, marilyn monroe. nem em sonho.
nem no mais compassivo dos sonhos eu entraria naqueles ternos de grife, beberia jack daniels livre de deslumbramentos e lideraria o rat pack, confraria boêmia composta por figurões como sammy davis jr e dean martin.
melhor deixar de lado essa tentativa inútil de estabelecer analogias e voltar ao meu cotidiano ordinário, sem estrelas de hollywood nuas e sonolentas ao meu lado. sem ter uma voz de beleza quase unânime e amigos mafiosos prontos para as horas difíceis. só com algumas canções de sinatra para deixar a vida um pouco mais agradável: "saturday night (is the loneliest night in the week)", "five minutes more", "I've got you under my skin", "my way", "night and day", "deep in a dream". esta última, aliás, de "in de wee small hours", álbum de um só tema: dor de cotovelo.
é, apesar da coleção de musas, o carcamano já afundou na fossa. eu não coleciono atrizes mas também sofro de amor, concluo precipitado. depois caio na real e lembro, com um misto de desgosto e resignação, que sinatra cantou a perda de ninguém menos que ava gardner.
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